sábado, 1 de março de 2008

Um dia de Primavera

 


Eu escrevo versos ao meio-dia
e a morte ao sol é uma cabeleira
que passa em fios frescos sobre a minha cara de vivo
Estou vivo e escrevo sol
Se as minhas lágrimas e os meus dentes cantam
no vazio fresco
é porque aboli todas as mentiras
e não sou mais que este momento puro
a coincidência perfeita
no acto de escrever e sol
A vertigem única da verdade em riste
a nulidade de todas as próximas paragens
navego para o cimo
tombo na claridade simples
e os objectos atiram suas faces
e na minha língua o sol trepida
Melhor que beber vinho é mais claro
ser no olhar o próprio olhar
a maraviha é este espaço aberto
a rua
um grito
a grande toalha do silêncio verde

"António Ramos Rosa"

7 comentários:

Julio Rodrigues disse...

A primeira foto é, sem dúvida, a melhor que tenho visto, até hoje, da Ponte Vasco da Gama.

Anónimo disse...
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inês miguéis disse...

Olá Manuela,
Que bem escolhido, este poema do António Ramos Rosa para o começo do mês da Primavera... um beijinho.

alexandrecastro disse...

quanto gosto do seu olhar!
beijinho

Ad astra disse...

um olhar, sem dúvida Primaveril

Gostei, muito da junçao

beijo

Juan C Araya disse...

Amiga
Permiso para ingresar, no pude resistir, soy un amante de la fotografía, continuaré ingresando a este lugar, muy hermoso.
Saludos
Juan Carlos

Anónimo disse...
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