segunda-feira, 30 de abril de 2007

Aguarelas

Lisboa

Alentejo



terça-feira, 24 de abril de 2007

Pintar

Alentejo

Quando eu era miuda e vivia numa pacata vila ribatejana, ia muitas vezes sózinha, para o alto de um cabeço (monte), que havia perto de minha casa e de onde se avistava o rio e toda a leziria.
Levava debaixo do braço, papel, aguarelas e pincéis e aí passava toda a tarde a pintar.
Entretanto cresci, a vida tomou outro rumo, e "arrumei" os pinceis.
Foi bom quando passados todos estes anos, voltei a pegar neles.
A sensação continua a mesma:
Uma enorme PAZ.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Álccol

 

Ver pessoas sob o efeito do álccol foi algo que sempre mexeu comigo. Não sei porquê, pois nunca em minha casa vi alguém sequer com um "grãozinho na asa".
Há dias, quando deambulava pelas ruas de Arraiolos, com a máquina fotográfica a tiracolo, um senhor, sentado num banco com uma amigo, chamou-me e disse "tire-nos aqui um retrato".
Prontifiquei-me a fazê-lo. "espere" disse ele, pegando num saco de plástico, e puxando para fora apenas o gargalo de uma garrafa (terá sido "consciência" ou vergonha" que o fez mantê-la escondida?). "agora já pode tirar".
Disse-me então " sabe, quando fui para Inglaterra, comprei uma Kodak".
Estranhamente senti ternura.

sábado, 14 de abril de 2007




mal me quer, bem me quer, muito....

segunda-feira, 9 de abril de 2007

A minha amiga Isabel


Quando há cerca de 1 ano, decidi ir com o meu grupo de praticantes de Tai-Chi, ao passeio mistério que a Junta de Freguesia do meu bairro proporciona aos reformados,não imaginei que nesse dia ia conhecer aquela que é hoje uma grande amiga.
Tal como eu, a Isabel chegou, olhando um pouco assustada para tamta gente. Mais de 200 pessoas são, para ambas, uma multidão.
"Encostámo-nos" uma à outra e lá fomos. Conversámos todo o caminho e logo nasceu uma grande empatia. Sabe-se lá porquê! Sabe-se lá porque gostamos, ou não, de outra pessoa! Na amizade como no amor, o melhor é não procurar explicações!
Passámos a encontrar-nos para tomar o nosso cafézinho e um dia a Isabel trouxe-me um livro e disse "gostava que lesses. Fui eu que escrevi." E trouxe-me outro, e outro e outro... "Apaixonei-me" pela sua escrita!
Mais conhecida como tradutora do Harry Potter, Isabel Fraga é uma escritora duma profunda sensibilidade poética. Tem livros de poesia e prosa publicados em Portugal e França.
Nada mediática, recusa entrevistas para a televisão, limitando-se a dá-las para jornais ( não tenho que me expor tanto, diz ela).
Aspecto falsamente frágil, olhar um pouco triste, Isabel não é dada a grandes risadas, mas quando fazemos as nossas caminhadas (para manter a linha, dizemos nós), é bom ouvir as suas gargalhadas com as minhas "tonterias".
Conversamos muito, de tudo e de nada, aceitamo-nos como somos, parecidas em muita coisa e diferentes noutras, com qualidades e defeitos que temos, como toda a gente, aceitamo-nos e respeitamo-nos e nisso se baseia a nossa amizade.
Quando um dia, falando de esoterismo, espiritualidade, etc., eu que sou céptica, (e ela sabe-o) lhe disse " sabes, eu noutra encarnação fui Princesa". Ela parou, olhou para o meu 1,70m e disse no seu subtil sentido de humor " Porte... tu tens ! ". Claro que desatámos as duas a rir!
Fala com muita ternura dos Avós paternos que a criaram. Na sua dedicatória ao Avô, no livro "Seres Sentidos, diz " Ao meu Avô Urbano da Palma Rodrigues, que me ensinou a amar de alma para alma". Fala do Monte perto de Moura onde viveu até aos 8 anos. Fala com muita ternura e admiração de seu Pai o escritor Urbano Tavares Rodrigues, de quem diz lhe ter dado a ler livros, sempre na idade errada. Fala com muita saudade da Mãe, a escritora Maria Judite de Carvalho, falecida há 8 anos e de quem diz lhe ter dado a ler livros, sempre na idade certa. Fala com ternura do marido, investigador da 1ª guerra mundial e ensaísta, Luis Fraga, das duas filhas e da neta que vai nascer e que vai chamar-se Maria Judite, como a Bisavó. (Já andamos as duas a tricotar o enxoval).
Isabel fala com ternura dos amigos e de toda a gente que se cruzou com ela ao longo da vida, porque Isabel é assim: um ser muito, muito bonito!
Isabel Fraga vai brevemente publicar mais um livro.
Há dias disse-me " será o meu último livro. Não vou escrever mais ! ". Mas nós não vamos deixar. Uma pessoa que escreve como ela o faz, nunca pode parar de escrever.
Eu gosto muito da Isabel. Sei que posso sempre contar com ela, mas ela também sabe que pode sempre contar comigo.
É BONITA a nossa amizade.

domingo, 8 de abril de 2007

Descobrimento


Saudavam com alvoroço as coisas
Novas
O mundo parecia criado nessa mesma
Manhã


"Sophia de Mello Breyner Andresen"

sábado, 7 de abril de 2007

Um dia serei o mar....


Em todos os jardins hei-de florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como num beijo
Então serei o ritmo das paisagens,
E secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens

"Sophia de Mello Breyner Andresen"

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Vida


Na vida temos sempre momentos a Preto e Branco e a Cores.