domingo, 22 de agosto de 2010

Bruma




Tenho em mim como uma bruma
Que nada é nem contém
A saudade de coisa nenhuma,
O desejo de qualquer bem.

Sou envolvido por ela
Como por um nevoeiro
E vejo luzir a última estrela
Por cima da ponta do meu cinzeiro.

Fumei a vida. Que incerto
Tudo quanto vi ou li!
E todo o mundo é um grande livro aberto
Que em ignorada língua me sorri.

"Fernando Pessoa"

1 comentário:

Glo disse...

¡Bello poema, Manuela!

¿Qué tal el verano?

Un saludo.