quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Belo


Belo belo belo, Tenho tudo quanto quero.
Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.
E o risco brevíssimo — que foi? passou — de tantas estrelas cadentes.


A aurora apaga-se,

E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.


O dia vem, e dia adentro

Continuo a possuir o segredo grande da noite.

Belo belo belo,

Tenho tudo quanto quero.
Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.


As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:

Os anjos não compreendem os homens.


Não quero amar,

Não quero ser amado.
Não quero combater, Não quero ser soldado.
— Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.


"Manuel Bandeira"

5 comentários:

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

Belo poema, de Manuel Bandeira, não conhecia ... e com uma imagem
igualmente bela ...
Um prazer ...
Grato pela partilha!
____________ JRMARTO

jo ra tone disse...

O belo
está na simplicidade
de cada um.
Como este poema
Beijo

Vanda Maio disse...

Que lindo poema que partilhas :)

Beijinho

Maria Eugénia Ponte disse...

Belo belo belo... é o teu blogue, as imagens e as palavras!
Visito-o regularmente e atribui-te um prémio.
Podes ver no meu blogue:
Artesanato:

Beijinhos e parabéns pelo blogue lindo que tens...

Nómada planetario disse...

Magnífico trabajo de macro en la foto.
El poema es genial.
Saludos panorámicos.